quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Azeite de Oliva Extra virgem


Na edição nº 79 da revista Viva Saúde, a seção “Falso ou Verdadeiro” analisou mitos e conceitos comuns sobre o azeite.
O azeite, como é conhecido no Brasil e em Portugal, é um óleo produzido a partir da azeitona, fruto da árvore chamada oliveira, cientificamente classificada como Olea europaea L., da família das oleáceas.
Atualmente, a maior parte da produção de azeitona destina-se a obtenção do óleo ou azeite, e a menor parte para o comércio da fruta.

A primeira menção do papel benéfico do azeite foi apresentada em meados do século passado, por Keys e colaboradores, em um trabalho conhecido como The Seven Country Study. Resultado de 15 anos de pesquisas, o estudo mostrou a relação entre as dietas de sete países e a prevalência das doenças cardiovasculares. Enquanto países, como a Finlândia, apresentavam uma incidência de mortes por doenças cardiovasculares de 1.202/10.000 habitantes e os EUA 773/10.000, os habitantes da ilha grega de Creta tiveram uma incidência de apenas 38/10.000. O resultado deste estudo serviu de base para o conceito de propriedade cardioprotetora derivada dos hábitos alimentares da população Mediterrânea, cujo elemento mais comum foi o consumo de azeite. Desde então, um crescente número de pesquisas foram realizadas a fim de consolidar as propriedades e os benefícios desse alimento para a saúde.

Segundo o IOC, a singularidade do azeite de oliva virgem está no fato de não ser produzido por extração com solventes, mas sim por processo mecânico de prensa a frio, que preserva sua natureza química e antioxidante. É composto exclusivamente pelo óleo da azeitona e não passa por outro processamento além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração. Ademais, diferentemente da maioria dos óleos vegetais, provenientes de cereais, o azeite de oliva é extraído de uma fruta e por isso possui características nutricionais e sensoriais peculiares. Dependendo do grau de acidez, que pode variar entre < 0,8%; > 0,8% e < 2%; e > 3,3%, o azeite de oliva é classificado em extra-virgem, virgem e virgem lampante, respectivamente.

O mito de que a gordura é causadora de doenças cardiovasculares pode ser desvendado, uma vez consultadas as recomendações da Sociedade Brasileira de Cardiologia que preconiza que até 30% das calorias totais da dieta seja de gordura. No entanto, especifica que a gordura saturada seja menor que 7%, a poliinsaturada de até 10%, e até 20% de gordura monoinsaturada, encontrada especialmente no azeite. Esse é um dos fatores que contribuem para que a população mediterrânea tenha baixas taxas de doenças crônicas quando comparadas a de outros países, indicando que a qualidade da gordura deve ser levada em consideração e não apenas a quantidade.

Estudos mostram que o consumo de azeite de oliva extra-virgem (25-50ml/dia) melhora o perfil lipídico (diminui colesterol total/ LDL e aumenta HDL), inibe a oxidação de LDL, diminui a expressão de moléculas de adesão, inibe a agregação plaquetária e estimula a produção de óxido nítrico, que é um importante agente regulador da pressão arterial. Esses efeitos, em conjunto, contribuem para um sangue mais fluido e previnem a formação de trombos e placas ateroscleróticas, conseqüentemente protegendo contra as doenças cardiovasculares. Outro importante benefício é a ação anticancerígena, especialmente contra o câncer colorretal. O azeite interfere nos níveis hormonais, na composição celular, em diferentes estágios do câncer, além de agir na expressão gênica, modulando a proliferação, ciclo e apoptose celular. Outras ações encontradas na literatura científica, embora em menor escala, incluem antimicrobiana em doenças como diabetes, doenças reumáticas, câncer de mama, protetor cognitivo e contra a doença de Alzheimer.

Por muito tempo, atribuiu-se os benefícios do azeite de oliva apenas ao tipo de gordura. Contudo, atualmente as propriedades de componentes bioativos representados, principalmente, pelos polifenóis (hidroxitirosol, tirosol, oleocantal) também ganharam destaque científico. Embora apareçam em menor quantidade (1-2%) são determinantes para os efeitos positivos, possuindo ação contra dois dos desequilíbrios mais evidentes nas doenças crônicas: estresse oxidativo e inflamação.

Para adquirir um bom azeite, procure pelo extra-virgem, de marca idônea, em garrafas escuras, com data de fabricação recente, prensado a frio e de acidez menor que 0,8%. Deve-se guardar em local fresco e ao abrigo da luz. Espanha, Portugal, Grécia e Itália são conhecidos pelos produtos de boa qualidade. Importante também procurar por produtos que tenham sido embalados no país de origem, para se evitar riscos de adulteração.

Para que o azeite seja um aliado à saúde é necessário que esteja inserido em um contexto de estilo de vida saudável que extrapola o campo da alimentação e nutrição, respeitando a individualidade bioquímica.

Fonte Blog VP nutricional
Abraços a todos

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